Objeto foi criado pela estudante do Ensino Médio Yasmin Chiodi, que participou do Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus Diocesano, de Lages (SC)
Cuidar do meio ambiente. Esse foi um dos principais objetivos da estudante Yasmin Chiodi, do Colégio Bom Jesus Diocesano, localizado em Lages (SC), quando criou um canudo biodegradável produzido à base da casca do pinhão. O trabalho foi realizado no Programa de Iniciação Científica da instituição e conquistou o 1.º lugar na Feira de Iniciação Científica de 2020, dentro da categoria “Vida”.
O pinhão é uma semente comestível que nasce em diversos tipos de pinheiros, especialmente na Araucaria angustifolia, árvore muito comum no Sul do Brasil, mas que também tem ocorrência em alguns estados do Sudeste. O pinhão é colhido nos períodos de outono e inverno e consumido de diversas formas: assado, cozido e até no preparo de pratos variados. A cidade de Lages, na serra catarinense, é considerada a capital nacional do pinhão. Como a semente é bastante comum na região, Yasmin teve a ideia de contribuir com alguma ideia para minimizar os impactos no meio ambiente. Então, pensou em usar a casca do pinhão, que normalmente era descartada, como matéria-prima.
Depois de dois anos de estudos, testes e pesquisas, Yasmin conseguiu o seu objetivo: produzir o canudo que pode ser utilizado por qualquer pessoa. “Na época em que iniciei a pesquisa, estava em alta a discussão sobre como os canudos de plástico são prejudiciais ao meio ambiente. Então, levando em consideração que a casca do pinhão vai para o lixo, pensei em algo que pudesse aproveitá-la. E surgiu a ideia de usar a casca para fazer o canudo”, explicou.
O processo de criação do canudo
A partir da pesquisa bibliográfica, Yasmin começou o processo de validação das hipóteses levantadas e a experimentação. Após algumas tentativas, misturou a casca seca e triturada com água, gelatina, antimofo e levou para ferver. Como molde, usou um palito de churrasco. Depois, testou o produto em líquidos quentes e gelados. O resultado foi um material inodoro e resistente a líquidos gelados – ou seja, que não vai interferir no sabor da bebida, podendo ser usado com conforto pelas pessoas.
Por fim, Yasmin deixou o canudo mergulhado em água para ver o tempo de decomposição. Verificou que, enquanto o processo de degradação do plástico na natureza é de anos, o do canudo de casca de pinhão foi de seis meses, apenas. “Cheguei a todos os meus objetivos”, comemorou a estudante.
O professor do Colégio Bom Jesus e orientador de Yasmin, Daniel Marinho, explica que a fibra da casca do pinhão contribuiu para o sucesso do produto final, o canudo. “Por ser um material orgânico, criamos a hipótese de que seria interessante para o projeto. A partir do pó da casca, junto com os outros ingredientes, conseguimos dar liga e criar, de fato, o canudo. Um produto inodoro e que é perfeitamente possível de ser usado”, observa Daniel.
De acordo com Yasmin, a pesquisa agregou muito conhecimento para ela, desde a construção do texto a partir das referências bibliográficas, até o produto final, que mostrou que o projeto realmente atingiu seu objetivo. “Foi maravilhoso quando vi que o canudo deu certo”, comemora. O professor Daniel se orgulha do trabalho feito pela aluna, já que, além de ela ter se esforçado por um período longo para que a pesquisa desse certo, contribuiu para a conscientização ambiental na sociedade. “Yasmin me surpreendeu pela superação, por não ter desistido, pelo esforço que dispensou à pesquisa. Mostrou a todos que vale a pena investir naquilo em que acreditamos”, afirmou.