Para ter amor é necessário ter sexo? E para ter uma relação sexual é necessário amar? Para a psicanalista e especialista em comportamento humano, Edina Esmeraldino, é possível ter cada um em separado. “Porém, com certeza tudo fica mais gostoso quando se unem os dois. A geração de oxitocina é muito maior quando há conexão, hormônio esse que contribui com o bem-estar geral do ser humano”, afirma.
Para entender essa equação é necessário distinguir sexualidade de libido. A psicanalista explica que sexualidade é uma necessidade fisiológica e que pode ser atendida com o ato sexual independente de sentimento. A libido, por sua vez, vem das emoções. “Libido vai além de sexo, é o impulso que nos faz viver, rir e como você toca e é tocado, é muito mais do que o coito. É a empolgação para começar coisas novas, inclusive, uma relação amorosa. A sensação gostosa de estar com alguém e que nos leva a ter desejo sexual é a libido”, explica.
Edina afirma que é justamente a falta de libido que pode fazer duas pessoas se relacionarem sexualmente uma, duas ou três vezes e não quererem se ver mais. O que faltou? A libido. “E o contrário também acontece, você se sente tão bem com uma pessoa que nasce o desejo sexual e o aumento da vontade de estar com essa pessoa .”
Mas, e o amor sem sexo? Existe. Mas, segundo a psicanalista, a relação amorosa não pode começar assim, isso se chama amizade. Quando um relacionamento amoroso começa é uma explosão de sentimentos, de libido, de desejo sexual. No entanto, com o passar dos anos, os sentimentos podem ir mudando e alguns casais, de acordo com Edina, podem permanecerem juntos pelo amor que desenvolveram nos anos de “fogo”, mas não sentem mais desejo sexual. “A relação pode ser boa assim, se os dois quiserem, por muitos anos. Mas, nunca começa dessa maneira”, avalia.
Mas, antes de aceitar uma relação sem sexo, a psicanalista recomenda que se investigue se não há causas fisiológicas ou emocionais que podem estar prejudicando a libido e o próprio desejo. Entre esses fatores, deve-se investigar sinais de depressão, ansiedade, uso de anticoncepcionais, antidepressivos, alterações hormonais, menopausa, conflitos, estresse, inseguranças, entre outros. “Parra todos eles há solução. Sempre recomendo que as pessoas procurem ajuda profissional. Essa ação, com certeza, ajudaria a diminuir o número de separações”, garante.