A adolescência é um dos períodos críticos do crescimento e desenvolvimento, representando o grupo com maior risco para a saúde física e mental. Na atarefada vida dos pais, deve haver tempo para se dedicar com qualidade aos filhos
O início das aulas é sempre um período de novidades para pais e filhos, que irão para a escola pela primeira vez, mudam de turma ou da própria unidade escolar. Neste caso, muitos fatores podem influenciar na adaptação escolar, entre eles a idade, a dinâmica familiar, a personalidade da criança e dos cuidadores e, inclusive, experiências anteriores que possam ser marcantes.
“A preparação para iniciar na escola deve começar pelos pais. Não se sentam culpados e tenham atitude positiva, pensando que o filho esta evoluindo e compartilhará com outras crianças o que vivenciou em família. Confie no seu filho e nos profissionais da escola, pois juntos saberão lidar com situações que parecem novas para os pais”, explica a médica pediatra Ana Maria Huber, membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM.
Segundo a médica, nesta fase de preparação é importante explicar com antecedência para a criança sobre a escola e, se possível, levar antes ao local. Para as crianças um pouco maiores, explicar que terá uma professora que o guiará, amigos para brincar e muitas coisas por aprender. Além disso, inicie umas semanas antes, reproduzir as rotinas da escola em casa, como horários de sono e alimentação.
“Quando for possível, seja você, pai ou mãe, a levar a criança na escola, prepare sem pressas e leve o objeto de transição nos menores, como brinquedos, e diga “até logo” com segurança. Já nas crianças com dificuldade de adaptação ou alguns padrões mais restritos de comportamento, é recomendável a incorporação progressiva no ambiente escolar”, lembra a pediatra.
CUIDADOS COM AS CRIANÇAS
Sabemos que o início das aulas pode implicar adoecer mais, pois trata-se de maior exposição a infecções, com crianças em sua maioria com sistema imunológico imaturo. Então, o que fazer para manter a saúde da criança em dia?
De acordo com a pediatra, manter a vacinação em dia é fundamental. “Temos um esquema amplo e, muitas vezes, os pais ou responsáveis são assíduos nos primeiros meses de vida do bebê e depois esquecem as campanhas contra a influenza e vacina contra a Covid 19, além da vacinação escolar e do adolescente”, alerta.
A alimentação deve ser de acordo com a idade da criança, sendo equilibrada e nutritiva. Aos menores de seis meses, aleitamento materno, sempre que possível ou fórmula, se for inviável a amamentação. Os grupos de risco precisam ser suplementados, por exemplo, com vitaminas A, D e ferro para os menores de dois anos.
Além disso, é importante o acompanhamento médico de rotina, tanto para avaliação do crescimento, desenvolvimento quanto para diagnosticar possíveis doenças de base que possam precisar tratamento. Indispensável ainda, a visita ao dentista. Atenção também com a higiene e o sono da criança. Evite as telas. Nos menores de dois anos não é recomendado. Sono adequado ajuda no aprendizado e na saúde. Incentive atividades ao ar livre ou em contato com a natureza sempre que possível.
De acordo com a pediatra, a escola e a casa devem estar interligadas com relação a comunicação, os limites e normas. Os pais devem saber da evolução dos filhos tanto escolar, quanto de relacionamentos com pares, por exemplo, para evitar riscos com bullyng ou outros que impliquem no comprometimento da saúde física ou mental.
“Quero destacar ainda, a minha preocupação atual com os adolescentes que, do ponto de vista da sociedade e da saúde pública, tornam-se uma “população invisível”. A adolescência é um dos períodos críticos do crescimento e desenvolvimento, representando o grupo com maior risco para a saúde física e mental. Na atarefada vida dos pais, deve haver tempo para se dedicar com qualidade aos filhos”, finaliza a pediatra.