MÉDICO ALERTA PARA IMPORTÂNCIA DE PREVENIR OS RISCOS DE AVC

Segundo o Datasus, em Brusque, no ano passado, foram registradas 163 internações por AVC, e em 2020, 20 óbitos.

– Tudo pode começar com uma fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, além de alterações da fala, dificuldade de compreensão, alterações da visão, perda de equilíbrio e da sensibilidade de um lado do corpo, entre outros sintomas que disparam o alerta para um Acidente Vascular Cerebral, o AVC. Ele se caracteriza, principalmente, pelo início repentino do que chamamos de déficit neurológico focal: um sinal de que alguma região do cérebro está disfuncional. Sentiu algum destes sintomas? Então, é hora de procurar um médico com urgência.

Segundo o médico neurologista e membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM, Eduardo Bergamaschi, o AVC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo, sendo considerada uma doença comum. O médico cita dados do Datasus, que é uma das principais fontes para informações sobre a epidemiologia de doenças no Brasil, mostrando que, em Brusque, por exemplo, no ano passado, foram registradas 163 internações por AVC, e em 2020, 20 óbitos.

Conforme a pesquisa, o principal fator de risco para AVC é a idade avançada, sendo que os idosos apresentam a doença com mais frequência do que pessoas mais jovens. Porém, ela pode ocorrer em qualquer idade, por isso é importante conhecer e se prevenir.

“Em geral dividimos os Acidentes Vasculares Cerebrais em isquêmico e hemorrágico. O AVC isquêmico é causado pela obstrução da circulação arterial do cérebro, levando à morte (infarto) de parte dos neurônios cerebrais. Quando a obstrução da circulação arterial é desfeita e a circulação se restabelece antes que tenha acontecido morte dos neurônios, chamamos de ataque isquêmico transitório (AIT). A formação está associada a condições como hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado e tabagismo”, descreve o médico.

Ainda segundo o especialista, “no AVC hemorrágico, acontece ruptura de vasos sanguíneos da circulação cerebral, com sangramento associado. O AVC hemorrágico pode ser ainda dividido em hemorragia intraparenquimatosa, quando se rompe um vaso dentro do próprio cérebro e ali acontece a hemorragia e também a hemorragia subaracnóidea, quando o vaso se rompe na região chamada de espaço subaracnóideo, causada pela ruptura de aneurismas, que são dilatações na parede das artérias”.

TRATAMENTO
Para evitar AVC isquêmico, é importante tratar os fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial, diabetes e colesterol elevado, não fumar, praticar atividade física e ter uma dieta balanceada. Na fase inicial, pode ser feito tratamento para desmanchar o coágulo nas primeiras horas de um AVC e deve ser realizado em centros especializados no atendimento estes pacientes. Depois desta fase, devemos pesquisar qual a causa subjacente ao quadro, para que ela possa ser devidamente abordada.

Quando falamos em AVC hemorrágico, o tratamento depende muito do tipo e da causa. No caso da hemorragia intraparenquimatosa, que em geral está associada a hipertensão arterial não controlada, são utilizadas medicações para controle mais intensivo da pressão arterial. Mais raramente, pode ser necessário tratamento cirúrgico para drenagem do sangramento. Já no caso da hemorragia subaracnóidea, é importante investigar se há algum aneurisma que se rompeu. Se esse for o caso, geralmente o tratamento é cirúrgico com fechamento do aneurisma, que pode ser realizado por cirurgia aberta ou por cateterismo, dependendo do caso.

“Por isso é importante reconhecer e procurar atendimento médico rapidamente assim que os sintomas sugestivos de AVC se iniciam, para que o diagnóstico possa ser confirmado corretamente e instituído o tratamento. Quando mais rapidamente a circulação cerebral é restabelecida, mais neurônios são salvos e menor o risco de sequelas”, conclui o neurologista.

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